As novas coleções são aguardadas avidamente. Cada vez mais, as criações possuem um diálogo intenso com o cenário em seu entorno e elementos que juntos fascinam, numa narrativa que se transforma em experiência memorável.
Uma diversidade de estilos e propostas desfilam em todas as estações. Entre os tantos nomes que chamam a atenção com suas inovações e criatividade, está o trabalho de um italiano, diretor criativo de uma marca iniciada ainda nos anos 1960: a Maison Valentino. Pierpaolo Piccioli vem encantando, de forma particular, nas apresentações de Alta Costura e nos desfiles de Prêt-à-Porter.
Difícil resumir, mas, tentarei mostrar o quanto ele tem enaltecido a moda, contando histórias a cada coleção e fazendo conexões emocionantes. Temas, lugares, parcerias, tudo reunido em um mix de informações que fortalece a imagem da marca e o sistema da moda.
A natureza se estende e se expande em looks de formas amplas, leves e coloridas, ganhando vida em estampas, imagens e combinações que surpreendem os sentidos. Suas cores e combinações são ousadas, em tonalidades diferenciadas. Em outros momentos, as criações são nomeadas pelos seus colaboradores do atelier. Cada um denomina um look com o nome de uma flor, homenageando pessoas e a natureza de forma mais ampla. Apresenta, ainda, uma moda que vai além de peças incríveis e vem com mensagens claras de inclusão e tolerância, como no último desfile de Haute Couture, em janeiro deste ano, em que todos se levantaram e aplaudiram a celebração da beleza, emocionados!
A marca é sempre instigante, e nos presenteou, na sua coleção Fall 2019, com a poesia das palavras, da música, da arte, das cores e das formas. Com maestria, magia e delicadeza, Pierpaolo Piccioli provoca e faz pensar. Uniu linguagens e criativos, além de apresentar peças com poemas em versos, bordados em partes expostas de algumas peças, ou no seu interior, como um presente especial para quem usa.
A poesia bordada em flores, sedas e rendas marcou presença, juntamente com Jun Takahashi (Undercover) e a imagem da escultura “Os Amantes”, do artista norueguês Stephan Sinding, que apareceu junto a flores, em linguagem contemporânea. Apesar do ecletismo, tudo estava em completa sintonia, numa coleção que falava aos olhos e ao coração.
Esse encantamento, apresentado em suas coleções, ressalta o que o próprio Pierpaolo Piccioli diz: “os vestidos são uma conexão do que você coloca neles”. Ou seja, essência e significado. O que ele faz com muita propriedade, em diálogos amplos com arte, música, literatura, cinema, sem nunca deixar de sonhar e de nos fazer sonhar também. Cria novos códigos e indica novas direções com muita propriedade e liberdade. É, sem dúvida, pura inspiração!