Texto por: Beth Venzon
Tempo, palavra preciosa que se tornou luxo no momento contemporâneo pela escassez em meio à agitação de nossas vidas.
Tempo que apresenta suas surpresas, mostrando sua força e autonomia, mudando rumos e certezas.
Tempo que desafia e nos mostra novos caminhos, antes não pensados ou entendidos.
Tempo que pede aproximação, compartilhamento, colaboração e esperança.
Tempo que sinaliza mudanças.
Tempo de (re)nascer.

Eu começo pelo Renascimento, que na arte do século XVI, foi o momento de valorização do homem, da busca de equilíbrio e em sinalizar novos caminhos estéticos e de pensamento.
O conceito da palavra pode ser entendido como ressurgir ou nascer novamente. E, os artistas, num desejo de renovação e vontade de mudanças, buscaram aproximação na natureza, com os estudos do mundo natural, entre outros aspectos. É arte da beleza tranquila. Pontos de partida!
Precisamos e podemos (re)nascer!
Na história muitos foram os momentos difíceis, complexos, cobertos de incertezas e desafios imensos. O homem superou todos. Renasceu e se fortaleceu. Impressionantemente, com novas formas de ver e pensar, inovou e se reinventou.
Desenhou novos caminhos estéticos e estilos de vida. Sim, a vida, após momentos tão difíceis é celebrada e ganha novos direcionamentos.
Cada momento é único e cada reação às mundanas igualmente são únicas.
O que virá não sabemos, mas podemos construir em conjunto um novo amanhã.

Na moda, na arquitetura, em nossas vidas, em nossas casas, em nosso entorno. Ao meu ver, em meio a tantas emoções e transformações, acontece também o (re)encontro consigo mesmo. Percepções.
Pela primeira vez na história uma revista como a Vogue Italia apresentou a capa do mês de abril como uma página em branco. Seu editor, Emanuele Franeti, fez a seguinte consideração: “É tempo e espaço para pensar. Também para permanecer em silêncio. O branco é para aqueles que nesse espaço e nesse tempo vazio o estão preenchendo com ideias, pensamentos, histórias, versos, músicas, atenção aos outros…acima de tudo branco é uma página a ser escrita, a página de uma nova história que está prestes a começar.”
O branco de uma página, igualmente é o branco dos diferentes tecidos há tempos sinalizando seu espaço ou o branco dos materiais na arquitetura. De tempos em tempos, essa cor ganha espaço sinalizando recomeço ou acolhida. Cor que pode estar associada ao minimalismo, ao romantismo, ao naturalismo, ao futurismo, à leveza ou fluidez. Sofisticação e simplificação unidas em conceito. No universo estético figura como a cor que retrata infinitas possibilidades. E, nesse momento, o branco que, do ponto de vista físico, é a soma de todas as cores, que seja também de luz, para o desenho de um novo amanhã.

Equilíbrio novamente é a palavra chave, nesse (re)nascer que pede leveza, naturalidade e simplicidade. Sobre essa palavra, Leonardo da Vinci já dizia: “simplicidade é a sofisticação suprema”.
Sejamos essência e verdade! Livres e em sintonia com a natureza. Respeito e inspiração fortalecendo os laços da sustentabilidade, encontrando o delicado e importante equilíbrio entre a tecnologia e o humano. Somos emoção, somos sentimentos, somos força e coragem sempre!
O momento não é de respostas prontas ou rápidas, mas de construção conjunta.
O tempo nos mostrará em breve, nas palavras desse empresário italiano que ama filosofia e se reinventou muitas vezes, Brunello Cuccinelli, “que venceremos as incertezas e veremos novamente as fronteiras abertas, as mãos sendo dadas, os abraços carinhosos e veremos os sorrisos. Reencontraremos o equilíbrio em direção à harmonia para um futuro radiante que está a nossa frente.”
O tempo ….sempre o tempo.
Novos percursos, novos horizontes, plenos de essência, emoção e significado!
Fotos: Pedro Horn Sehbe e Paula Azevedo
